Capítulo 18: Rebel Heart

 Paulo chegou á sede, tocando o sino numa euforia em meio a palavrões. Clarissa sentou imobilizada, incapaz de reagir. Felipe correu pra abraçar Paulo, enquanto os demais reagiram lentamente. Yuri foi pra fora pra ter certeza de que Karol realmente saiu, Joana foi consolar Clarissa, Zeus nitidamente tentava segurar o choro, e Rocco tentava encaixar as peças do que poderia ter acontecido. Paulo com a adrenalina lá em cima, subiu em cima da mesinha de centro e diz: “Mion disse que o Brasil quer ver nos jogando em grupo. Com essa resposta está mais do que claro, vou dar oportunidade e confiança a todos que quiserem jogar comigo. Pra quem não quiser... Já conhece o caminho de casa”.

   

 Zeus estava péssimo. Não tinha mais nada a fazer, e se sentia um covarde. Ele foi pra despensa, baixou a cabeça e chorou. Queria mais do que tudo saber o que acontecia do lado de fora, e estava ponderando se deveria desistir ou não do programa. Toda a casa foi tomada por uma comoção, e Clarissa sentia suas esperanças fracassadas, agora tudo parecia idiotice. Ela desabafou com Joana, Rocco e Zeus, e Paulo revirava os olhos com tamanho chororô. “Eles sabem que estavam errados. Espera só a Mary ficar sabendo” diz Felipe á Paulo que concordou, e depois ficou inquieto. Ele não aguentaria esperar até a manhã pra ver a cara de desgosto de Mary. Paulo não pensou duas vezes e desceu ao Celeiro.

 Felipe se aproveitou desse tempo e foi atrás de Wanderson, que estava isento das emoções afloradas da casa. “Acho que tínhamos um encontro pra hoje, não?” disse Felipe. “Encontro?” “Vem comigo”. E Felipe o levou ao deck externo, do lado da academia, tirou a camisa e esperou Wanderson fazer o mesmo. “Você não queria socar alguém? Essa é a sua oportunidade” disse Felipe o chamando pra ir pra cima. “Quer brincar mesmo disso?” “Só tome cuidado”. A brincadeira dos dois parecia mais como movimentos de dança, e era fácil demais de entreter. No fim Felipe se enroscou em Wanderson, o imobilizando, suas peles grudando com um pouco de suor.

 “Que tal, hein?” diz Felipe ficando por cima de Wanderson, cara a cara, mantendo contato visual. A sensação de seu coração batendo contra o dele, o fez sorrir abobado. Mas Wanderson não poderia mais se manter ali, tão vulnerável. Num piscar de olhos, ele se desfaz da imobilização de Felipe, parecendo envergonhado. “O que foi?” pergunta Felipe. “Porque está fazendo isso?” retruca Wanderson com a voz falha. Felipe se fez de desentendido, e viu Wanderson dar as costas, que não entrou pra sede, deu uma volta e foi pra área dos animais. Felipe poderia ter ido atrás dele, mas decidiu que por hoje seu  trabalho já estava feito.

 Paulo abriu caminho pelo pasto assoviando, até chegar ao Celeiro. Tyler e Cida estavam do lado de fora, ela montada em cima dele com uma das mãos dentro da calça do rapaz. Paulo gritou por Mary, e Tyler ficou todo desconcertado tentando tirar Cida de cima, mas nem deu bola. Mary saiu do celeiro ao lado de Thales e Vera. Mary olhou pra Paulo se exibindo, equilibrando em cima da cerca. Vera sabia que por regras, Paulo não poderia entrar no perímetro do Celeiro á essas horas, então ele teria vindo ali apenas para provocar. “Todo mundo pra dentro” pediu Vera. Cida lhe mostrou o dedo do meio, e levou Tyler pro escurinho no meio da mata.

 “Só estou passando pra dizer que não precisa sentir minha falta Mary. Vai ser um prazer te lembrar todos os dias que você é uma bruxa patética, que é fraca e está aqui apenas pra superar o ex. E que ninguém aqui vai te comer” disse Paulo. Thales tentou defender Mary, mas a peoa não deixou. “Querido, eu mesma cuido de mim” disse Mary pegando uma vassoura e indo atrás de Paulo: “É hora de botar o lixo pra fora”. Thales foi atrás, e João logo apareceu pra deter Mary, que tentava acertar Paulo. Num momento ele se desiquilibrou, passou a chamar Mary de loca, e depois voltou pra sede com um sorriso sádico. Depois Mary chorou e disse que não estava entendo mais nada.

 Pra Mary havia sido uma noite e uma manhã muito longas. Levantou com dor no pescoço e pediu pra João lhe fazer uma massagem. Assim que João terminou de massageá-la, Yoshie pediu a João que lhe fizesse o mesmo e se posicionou de uma maneira que Mary pudesse os ver perfeitamente. Vera e Roni articular a próxima rodada, e desdobram que provavelmente o grupo da sede estaria desmoronado com a volta de Paulo, e agora era a oportunidade perfeita de alinhar mais votos. E Roni acaba fazendo um pedido: “Se qualquer um de nós pegarmos o Fazendeiro troque de grupo e mande a Joana pra cá”. Vera se nega em ter que dividir o mesmo grupo que Joana novamente, e Roni pede apenas pra confiar nele.

 Na sede Clarissa preparava o café da manhã, e estranhou o fato de Zeus não ter vindo lhe auxiliar como de costume e pediu pra Rocco ver se Zeus ainda estava na horta. Rocco não se sentia tão á vontade, mas foi mesmo assim. Porém Zeus, não estava mais na horta e sim na casa da árvore, com um monte de travesseiro tampando o rosto. “Ei” disse Rocco fazendo cosquinha no pé de Zeus, até que ele se rendesse a risadas. “Não fica triste. Sei que Karol é uma amiga, mas você ainda tem a gente aqui” diz Rocco se ajeitando pra sentar ao lado de Zeus, que diz: “Não é isso. Vai muito além disso”.  E depois desabafou. Rocco ficou atento a cada palavra, a cada gesto.

Rocco nunca viu Zeus tão fragilizado assim, e entendeu a culpa que Zeus sentia, mesmo que ele não fosse culpado de nada, afinal quem tinha de esclarecer alguma coisa era o Léo. Mas Rocco não gostou nem um pouco em ouvir que Zeus queria desistir do jogo por causa disso, e diz: “Aguente as pontas só mais um pouquinho, logo vai passar, e eu te prometo que tudo vai ficar melhor depois”. Zeus agradeceu e depois abraçou Rocco com força. Não demorou muito para Zeus ficar melhor, e logo mais estava ajudando Clarissa nas atividades domesticas. Ela notou um sorriso mais aflorado do peão.

PROVO DO FAZENDEIRO: Mion chamou todos ao Campo de Prova, e explica que hoje daria inicio á mais uma prova de resistência e Cida ficaria de fora, por ter sido a última Fazendeira. Na prova, os peões foram divididos em seus devidos grupos, e cada grupo entrou numa caixa grande de acrílico. Os peões deveriam fica em pé, sem encostar-se a nada e aguentar tudo o que caísse da parte superior e escura da caixa. Mas tem uma cilada: o primeiro grupo que perdesse 3 participantes primeiro, todo o grupo estaria eliminado. Ouve murmurinhos de reclamações, principalmente provindas de Paulo. Mion da inicio a prova, e rapidamente um gosma verde é derramada contra os peões.

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