A Fazenda - Sonhos 7x02: I Got So High

 O Acampamento indicado no mapa era mais bonito do que eles puderam imaginar. Ali tinha uma “casinha” sem paredes, sustentadas por colunas grossas de madeira, um fogão á lenha, banheiro, algumas cadeiras de praia e tudo isso em frente á um píer que levava para um lago ridiculamente limpo, envolto de arvores e passarinhos.  

 “Sabia que a gente chegaria aqui primeiro”. Disse Major.

“Claro, você veio dirigindo feito um doido como se estivesse no Velozes e Furiosos” diz Natália que falava naturalmente gritando, e assim era normal que os outros pensassem que ela estava querendo arrumar briga.

 Major tomou aquilo como um elogio, estava orgulhoso de si mesmo e com sua equipe, e deixou claro que tudo o que conquistassem seria mérito de todos, pois assim é a base de um grupo. Polly bateu palmas sorridente, abobada e quando percebeu que ninguém mais tinha feito, ela parou meio sem graça. Major convocou Ravi para que lhe ajudasse a armar as barracas, mas Ravi era péssimo, tudo acabou ficando por conta de Major e deixou Ravi achar que tinha ajudado em alguma coisa. Natália contava que a Mulher Mamão morria de medo dela, e Ravi deu gargalhada lembrando-se de um episódio que as duas funkeiras saíram no tapa e Pitanguinha ganhou um galo na testa.

“Eu ganhei um galo e ela levou cinco pontos” falou Pitanguinha indignada com a audácia de Ravi. O Padre escutava tudo horrorizado.

 Ao norte uma segunda Kombi chegava espirrando lama, em pouco tempo o grupo Terra encontrou com o Fogo. Dita desceu passando reto e indo abraçar Pitanguinha.

“Como foi a viagem viada?” perguntou Natália e Dita gritou que tinha sido um horror, porque homem hetero não sabe conversar, mas deu desconto para o Dr. Kenji por ter feito um elogio á sua rinoplastia. Klebber – que estava apreciando a vista – protestou sobre a crítica de Dita, e disse que o mundo precisava falar mais sobre o meio ambiente e isso não é assunto de hetero, porque se fosse, ele estava na profissão errada. Dita cruzou os braços e Klebber revirou os olhos fazendo uma cara fofa e engraçada. Polly o viu e ficou encantada!

 Major foi ajudar Tom á descer as bagagens da Kombi e ficaram especulando sobre o que poderia ter acontecido com Quésia e Bruno. Major friamente desejava que os dois tivessem sido eliminados, mas Tom acreditava que todos deveriam ter oportunidades iguais.

 Enquanto isso, Pablo respirava profundamente o ar puro e assim que avistou o Padre Massimo, decidiu se apresentar formalmente como bruxo e talvez fã. O Padre poderia ter dito várias coisas, mas preferiu o básico: “Deus te abençoe filho” e depois se juntou a Ravi e Kenji verificando uns enlatados no ármario. O Dr. comentou que Massimo era bonito demais para ser padre, Massimo nem reagiu, era como se escutasse aquilo várias vezes. “É... que ele abençoe á todos nós” falou Pablo os observando e depois foi procurar um lugar para meditar.

 O dia foi escurecendo e a noite caiu. O grupo das meninas do Água não tinham chegado e isso deixou Tom tão aflito que queria sair á procura delas. O restante dos peões também começou a se preocupar, mas o Dr. Kenji acalmou a galera falando que talvez o ponto de parada delas fosse em outro lugar e que se algo grave tivesse acontecido à produção com certeza iria avisar. Então, “CHEGA de drama!”.

“Independente disso, elas devem estar desesperadas” disse Tom. O Padre Massimo chamou o rapaz para uma reza, enquanto o restante grupo alimentava o fogo para a fogueira não apagar.

 Eles também tinham lamparinas e lanternas. A comida era toda enlatada, Dr. Kenji esperava que na manhã seguinte eles tivessem algo melhor para comer, e Major falou para o cirurgião largar de frescura que isso não era coisa de macho e deixou o grupo chocado ao rasgar uma lata com os dentes e comer como se aquilo fosse a coisa mais deliciosa do mundo.

 Pablo propôs uma atividade para que pudessem se conhecer melhor, e assim que Tom e o Padre se juntaram ao grupo, fizeram um circulo ao redor da chama, acendiam um graveto e enquanto pudesse segurar sem se queimar, poderia falar de tudo que gostasse ou não gostasse. No começo deu certo, era até bonito, mas é claro que Natália Pitanguinha falou de sua rival, e depois começou a falar de putaria e aí virou uma zona. O Padre ficou extremamente vermelho de vergonha.

“Ah vai me dizer que você é virgem? Ninguém nem se quer te chupou?” gritava Natália. Klebber e Dita não paravam de rir.

“Eu vou comer um pouco. Depois a gente conversa sobre isso” falou o Padre ainda vermelho. Natália puxou um coro para chama-lo de arregão, na brincadeira, e foi atrás do peão para passar suas unhas enormes na barba aparada do Padre, que se encolheu de cosquinhas.

“Ei, como você lava seu bumbum com isso?” perguntou o Padre apontando para as unhas. Natália tratou aquela pergunta como se fosse séria e detalhou bem o passo a passo, e acabou ficando explícito demais. 

“Ih qual é? Prefiro um buraco arranhado do que um buraco sujo”. Gritava Natália. “Amiga você é podre” fala Dita dando um tapão na bunda da peoa.

 O Padre Massimo avisou que o horário de comida é sempre sagrado e pediu para maneirarem um pouco. O restante da noite foi uma farra, os peões se recusavam a dormir e ficaram dançando ula-ula em volta da fogueira. Até o Padre se juntou e Natália prometeu que iria ensina-lo a dançar funk até o fim do programa. Polly lamentava que a vida de pobre e anônima não era fácil, mas estava amando tudo, tinha feito muitas perguntas e só sossegou quando conseguiu dançar agarrada á Klebber. Foram dormir quando amanheceu.

 Horas antes, Babi estava dirigindo a Kombi. Luz tinha avisado que confiar o volante pra uma garota que vestia um vestidinho com asas de borboleta, era um erro. Felipa preferiu confiar em Babi e o grupo acabou ficando para trás. Tereza desceu da Kombi para fazer xixi várias vezes, e sabe-se lá como perdeu os sapatos. Tereza se desculpou alegando que quando ficava nervosa sua bexiga ficava descontrolada, e ainda não tinha tomado seus remédios pra ficar calma. Com tantas paradas Babi acabou se perdendo no mapa – as cantorias ajudou que ela perdesse a concentração – e mais tarde acabou furando um pneu. Babi não fez por mal. Ela desviou para não atropelar um pato, que na verdade era um toco de madeira. Já estava escurecendo então elas decidiram passar a noite ali mesmo, e no dia seguinte arrumariam tudo.

  Foram para a traseira e forraram o piso, então começaram a conversar sobre a primeira impressão que tiveram dos outros peões. Babi tinha gostado de todo mundo, sem realmente ter conhecido ninguém, Felipa estava desconfiada, e Tereza dizia que tinha dó do Padre porque ele seria zoado pelo resto da vida. Elas deram risadas, enquanto Luz ficava alheia à conversa. Barbie insistiu para que ela se enturmasse um pouco, e Luz acabou falando que esperava um elenco melhor com gente famosa de verdade.

“A única que tem status relevante aqui sou eu. Tudo bem, tem a Pitanguinha, mas gente? Não foi essa que saiu nos tapas com aquela outra funkeira? Sem contar que as músicas dela são horríveis”.  Falou Luz sentindo saudades de casa.

“Quero ver você falar isso na cara dela” disse Barbie. Luz deu de ombros, então Barbie começou a perguntar o que as meninas tinham achado dos garotos dessa temporada, e seguiu comentando que achava Ravi um gato e que sentiu uns olhares dele pra sua bunda. Felipa virou a cara e disse que não gostava nada dele, pelo comentário sujo que tinha feito sobre a própria Barbara e aconselhou para que a peoa se valorizasse mais – Porém concordava que Ravi era um gato.

 “A gente vai ter que dividir aquele homem, amiga” brincou Babi. Ficaram rindo, e Tereza virava de um lado para o outro dizendo que nunca conseguiria dormir nesse lugar, e no minuto seguinte estava dormindo.

 Pela manhã, o grupo tinha se reunido para trocar o pneu e o esforço valeu a pena, mesmo que estivessem sujas de graxa. Luz se limpou com uns lenços humedecidos que tinha trazido, mas não dividiu com ninguém. O grupo Água chegou ao Acampamento pela manhã, buzinando e gritando eufóricas pela janela. Os demais ainda dormiam.

⧪