Dope

  "É, talvez agora eu aprenda a não ser impulsivo. Bem que falaram. Aliás as pessoas falam muitas coisas, dão muitos palpites na vida alheia e mete o nariz onde não deve. Quantas vezes já me falaram que fulano é isso ou que fulano é aquilo. O que importa é o que eu penso, e na maioria das vezes eu já sei o que vou achar da pessoa na primeira vez que eu á vejo. Tem gente aqui que esta montando personagem. Tem gente boba, tem gente falsa. Tem gente que não merece um pingo da minha atenção, outras por outro lado merecem até a última gota dela." - Rodrigo Casablanca.

  Quantas vezes eu tenho que falar pra você não ficar bancando o radical? – falava Léo para Rodrigo, enquanto passava anticépticos em seus ralados e ferimentos. Aí isso arde pra porr*! – reclamava Rodrigo, enquanto Léo pedia pro peão ficar quieto. Então quer dizer que o Mateus ficou enciumado com nós dois? – dizia Ana Luíza sentada em cima da pia, ao lado. Eu não me lembro de ter dito dessa forma... – fala Rodrigo – aí. Léo!| Falei pra ficar quieto. Ana Luíza então segura no rosto de Rodrigo, e diz: Essa é a maneira dele dizer que gosta de mim! Mas agora não quero mais| Tá legal. Agora dá pra soltar o meu rosto? – diz Rodrigo.

  Betany bate na porta do banheiro: licença gente. Isaura convocou uma reunião lá na cozinha. E então eles foram até o “local marcado”. Só uma pessoa tinha se recusado á ir...Karina. Na “reunião” Isaura separou melhor as funções dadas aos peões, tanto fora, quanto dentro da casa e prometeu que seria uma Fazendeira melhor, mas precisava da colaboração de todos. Léo cercava Isaura, dando vários palpites e acabou ouvindo uma patada de Isaura: “A Fazendeira aqui sou eu!” “Sei o que estou fazendo”. Mas daí Betany veio com idéias parecidas com a de Léo, e Isaura acabou dando ouvidos. Léo arregala os olhos e abre a boca chocado: “Nossa. Sou super querido ali”.

  Logo os peões fizeram almoço, se sentaram á mesa, lavaram as vasilhas e Karina permanecia “trancada” no quarto. Ela estava deitada sobre a cama com as fotos da família em mãos. Amor eu acho que você deveria falar com a Karina – fala Manoel para Betany, enquanto estavam no banheiro do quarto. Betany olha pra Karina e depois fala: não acho que seja uma boa idéia| Betany ela é a sua amiga e você não pode ficar aí sem...| Você não entende!| Okay, o que está acontecendo?| Nós brigamos e...| Isso o Léo já me contou, agora quero saber o porque de vocês não terem feito as pazes ainda| Acha que é fácil assim depois das coisas que ELA me disse? – diz Betany, percebendo que estava se excedendo.

  Manoel termina de enxugar o rosto rapidamente e depois deixa Betany sozinha no banheiro. Não vou discutir com vocês. – fala Manoel, e depois ia direto se sentar ao lado de Karina e lhe dava um abraço de conforto. Betany os olha pelo canto dos olhos. Enquanto isso do lado de fora, abaixo de um sol escaldante, Dentes de Sabre concertava a cerca que tinha quebrado. Isaura havia colocado um chapéu enorme e agora fazia companhia para o peão lá embaixo. Nunca pensei que alguém aqui dentre pudesse ser gentil comigo, sem querer algo em troca. – dizia a peoa, mas Alex estava concentrado. – se você quiser, eu posso pegar um sombreiro. Você tá mais vermelho que camarão.

  Dentes de Sabre ri com aquela cara engessada, porém avisa que já estava terminando. Vocês viram o Mateus por aí? – questiona Ana Luíza se aproximando dos peões. Deve estar em algum canto por aí, passando mal – fala Isaura. Ele pediu atendimento médico, deve estar voltando. – fala Dentes de Sabre e Ana Luíza parece agradecer com um leve movimento no rosto, e sobe pra sede xingando Mateus. Dentes de Sabre a observa e deixa escapar um sorriso singelo. Isaura repara naquilo e faz uma expressão de “como?”. Ah não! Você também não Alex. Pensei que amasse sua esposa, mas pelo visto caiu na rede da ninfeta| Está me interpretando errado| E essa cara?| Ela me lembra minha filha...que perdi| Perdeu como? Dentes de Sabre não responde.

  Nas próximas horas, os peões com exceção de Mateus e Rodrigo, foram ao campo pagar a punição que receberam mais cedo. Clébis passa as enxadas e passa a vigiá-los de certa distância. Isaura queria terminar aquilo o mais rápido possível e por isso pegava no pé de Nicolas constantemente, já que o peão adorava fazer corpo mole. Meia hora mais tarde, todos estavam debaixo de árvore descansando, puxando ar fresco, enquanto Dentes de Sabre terminava todo o serviço. Após a punição, eles retornam á sede e fazem fila pra usar o chuveiro o mais rápido possível. Nicolas foi o primeiro e Isaura ficou revoltada com a “cara de pau” dele.

  Assim que terminou seu banho, Nicolas vai direto ao quarto vestir suas roupas e por descuido deixa o bumbum aparecer. Como foram as coisas lá? – questiona Rodrigo, que antes estava debaixo de cobertas. Nem vi que você estava aqui. Desculpa se te acordei e lá foi... normal.| Eu não estava dormindo| Então estava se escondendo? – diz Nicolas e Rodrigo sorri. É... como você tá agora?| Quer dizer então que você só se importou comigo agora?| Não... é que... o Léo e a Ana estavam...e...| Calma! Já entendi. Ambos riem e depois um doce silêncio se instala entre eles. Canta pra mim| O quê?| Canta pra mim, Nicolas. - fala Rodrigo, que convida Nicolas a se sentar na sua cama. Qual música?| Qualquer uma| Então, tá. - diz Nicolas e depois começa a cantar "Dope".

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E amanhã tem formação de roça, então não percam ;)